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Ciúmes e Emoções
Publicado em: 15 de maio de 2007, 20:59:01  -  Lido 2903 vez(es)

Observei ao longo dos anos uma evolução geral da interpretação do
papel das emoções. Estas já foram classificadas como baixas, e
incentivadas à serem "transformadas" em sentimento. No fundo, pouco
sentido real habitava esta afirmação.

Este corpo espiritual que somos não é único constituinte de nossa
unidade. O corpo físico guarda também nossas características límbicas,
ANIMAIS (que somos) - que em geral são repreendidas e renegadas pelos
pseudo-espiritualistas.

Não é uma crítica pessoal a ninguém, já que muitos daqui (eu
inclusive) também já classifiquei essas EMOÇÕES deste modo pejorativo.
Particularmente falando, percebo hoje prejuízos por ter deixado de
trabalha-las no passado.

Já tive também uma opinião radical sobre o CIÚMES, tratando-o como uma
característica inaceitável e não perdoando ninguém, nem a mim mesmo,
se vivido. Para mim, ter ciúmes (em qualquer grau) era um sinal grave
de imaturidade em matéria sentimental. Chega até ser hilário notar que
para mim, no passado, uma situação ACEITÁVEL e HUMANA em que o ciúmes
estava presente, era uma afronta a minha pseudo-liberdade!

Hoje percebo que há uma distinção bem clara do que é PATOLÓGICO e
DELIRANTE, e do que é perfeitamente normal em qualquer relacionamento.
Se ter relacionamentos estáveis e duradouros é, de certa forma,
necessário para preservação da espécie - o ciúmes que se preocupa com
a manutenção desta situação é uma saudável parte do processo.

O desafio está em descobrir quando o CIÚMES passa a ser destruidor da
unidade de um relacionamento. Quando um parceiro é frequentemente
bombardeado por questionamentos delirantes, tem sua privacidade
(correspondência, email, ligações) investigada, ou lhe é cercada a
liberdade de ir e vir, então não estamos mais tratando do ciúmes
saudável, mas sim de algo PATOLÓGICO - que ao invés de preservar, faz
o amor ficar em último plano.

A insegurança e baixa-estima são dados frequentes na coleta de origens
do CIÚME PATOLÓGICO. Além, creio que o ciumento que delira imaginando
o parceiro o traindo, também PODE já ter sido impulsionado a fazê-lo -
projetando esta vontade, inconsciente ou não, no outro. A CULPA,
então, entraria neste rol de motivos.

Felizmente a psicanálise está ao lado de ambas as partes afetadas pela
patologia, e uma vez identificado algum transtorno de comportamento, é
notório o papel da psiquiatria no processo evolutivo pessoal e do
relacionamento.

A espiritualidade, maduramente tratada, também é aliada neste caminhar
como forma de conhecimento pessoal.

Um abraço,

Dudu
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