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MAYA, MENTE, ILUSÃO E O SENTIDO DE EXISTIR (equívocos em relação ao tempo, à matéria e às fugas conscienciais)
Publicado em: 26 de janeiro de 2009, 12:21:10  -  Lido 6415 vez(es)

> > ANGEL
> > Ninguém percebeu que o mundo ja acabou ?!?!
> > Nós é estamos insistimos em continuar "achando" que estamos vivos.,
> > ora, ora, ora, ou Maya, Maya, Maya...

> LIEGE
> Pois é, Angel... Não sei de vc, mas eu continuo vivinha da silva, com Maya,

> Shiva, Shakti, Durga, Kali, Gaia, Rhea, Thor, Afrodite.... Rs
> O conceito de maya é bom, mas não precisa exagerar, não é mesmo? rsrs
> Muitos beijos (de quem já trabalhou e trabalha os véus de Maya no dia
> a dia... pero no mucho, rsrs)


Lázaro Freire, criador da Voadores, comenta:


Quando o sujeito começa muito a achar que tudo é Maya, que o mundo já acabou, muito Brahman e pouca Brahma, muito Bastet e pouca xana, o meu amigo Wagner Borges costuma dizer aos neo-platônicos equivocados:

"Já que tudo é Maya, bata sua cabeça de Maya bem forte contra a ilusão desta parede de Maya, e depois me conte se o galo existe ou não"

Para aqueles que começam a dizer que tudo é relativo, e acabam usando isso para cultuar o trevoso ou dispensar a dimensão ética, o Wagner também lembra, com sabedoria e experiência de vida(s):

"Bem e mal podem até ser "relativos", mas o Carma é absoluto. Quem faz o mal 'relativo' acaba absolutamente uma hora se ferrando. Mas não precisa acreditar em mim ou filosofar, é só ir vivendo e observando. Depois venham me contar. ;-)"

E há também aqueles maya do tempo relativo, que acham que vivem na quinta temporada de Lost, deslocando-se pela ilha para frente e para trás feito disco arranhado, prevendo o fim do mundo com a regressão que fizeram em outra encarnação. O Wagner diz:

"Já que o tempo para você é relativo, explique isso ao seu chefe quando
chegar atrasado"


Em comum com todas essas piadas (verdadeiras) de meu amigo palestrante do IPPB, novamente a questão de contexto, perspectiva e paradigma. A terra é redonda e o universo é curvo, mas espero que meu pedreiro não reproduza isso quando for nivelar o piso de meu banheiro.

Um comentário de visitante do nosso site, sobre alucinógenos (Artigo: "Legalizem a maconha, mas proibam o santo daime"), também tocou nessa importante questão. Após anos de alucinações, a pessoa aprendeu a dar valor - e produtividade - às suas "limitações" conscienciais, das quais tantos tentam fugir via drogas e surtos, legalizados ou não. Sem o foco, de fato ela quase se fundia. Mas perdia o sentido de sua existência.

Se estamos no AQUI, no AGORA, no TEMPO, na MENTE e na MATÉRIA, precisando vivê-las bem, não é por equívoco de Deus, nem para que ele testasse nossa rebeldia. Aliás, AQUI, AGORA, TEMPO, MENTE e MATÉRIA são criação dele/nossa também, ao contrário do que afirma o - veja só - EGO daqueles que tanto tentam fugir da REALIDADE, ainda que relativa, em que PRECISAVAM se focar.

 

O aparelho psíquico em que experienciamos esta realidade atual nos dá, por suas próprias características de mente, foco e linearidade, uma possibilidade evolutiva sem igual. Alguns usuários de drogas, neo-xamânicos e mesmo psicóticos "descobriram" que tudo isso é ilusório, um simulador, e que há algo além das paredes? E daí? Especialmente quando e enquanto se está aqui? Os hindus já falavam disso há 6000 anos, e Platão traduzia para os ocidentais a 2600 anos atrás. Mas fugir do [hospíc---] hospital não cura ninguém.

Ninguém transcende aquilo que não viveu bem. Ninguém abandona o que nunca teve. Se um mendigo "larga tudo" e vai para São Tomé, ele não se torna um Gautama Buda ou Francisco Xavier, que abandonaram o que tinham. Verifiquem se os adeptos da "transcendência" de fato já conquistaram bem o mundo e a mente aqui; e se seus credos, filiações e substâncias de fato os tornam pessoas mais abertas e centradas no mundo em que encarnaram; ou, ao contrário, cada vez mais dependentes e próximos de seus colegas de fuga, por eliminação os únicos que (obviamente) os "conseguem compreender".

No dia em que a cabeça de maya atravessar a parede, em que o "xamã" não precisar voltar no trânsito para a cidade, em que o "desapegado da tridimensionalidade" não precisar pagar as contas, em que o relativista não precisar arcar com as consequências de seus atos, nem o funcionário quântico precisar chegar dentro do tempo, aí estaremos em outro contexto.

A ironia é que estes "transcendentes", os de aspas, pensam que o objetivo de viver temporariamente em um corpo, tempo, foco e mente é jsutamente fugir dele. Aí quando desencarnam e percebem que perderam a oportunidade, quando retornam ao estado em que naturalmente se tem contato com o todo e menos influência da matéria e foco (e, que portanto, não dá para aumentar aquilo que não se tem por não ter sido conquistado quando era possível um foco, uma mente e uma condensação linear de conteudo), é aquela conhecida lenga-lenga, pedindo desesperadamente para voltar.

COVARDES, que fogem da vida. CEGOS, que usam beberagens e lendas para perceber o distante que não lhes diz ainda tanto respeito, mas não enxergam um palmo adiante do nariz. RELAPSOS, que depredam a escola e fogem de seus muros, mas assim que saem usam de todos os seus prelados para mendigar novas matrículas nos planos existenciais. Usem a mente e o tempo "enquanto" as possuem, pois isso jamais implicou em abrir mão do divino. Esta existência que chamam de ilusória também é um presente divino para vocês. Onde forem, haverá referências - o que chamam de ilusão e limites, em outros planos chamariamos de milagre. Vivam a experiência que pediram, enquanto a tem. E se querem fugir do que dizem ser ilusão, que ao menos não culpem Deus, nem digam que é por causa d'Ele que não suportam a existência onde e com quem pediram. Se Ele reside nos planos distantes para os quais elevam vossos compreensíveis olhos curiosos, também é verdade que ele mais ainda existe em vosso tempo e coração.

Lázaro & Cia (*)


(*) referindo-se a forte presença consciencial, aparentemente extra-física, que "aproximou-se" progressivamente do autor do meio para o final do texto, devido à importância da divulgação dessas reflexões.



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