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Rasgando os véus de Maya
Publicado em: 04 de setembro de 2006, 17:18:11  -  Lido 2769 vez(es)

> Já li vários textos sobre Maya, passando inclusive pela física quântica, mas
> confesso que meu lerdo raciocínio não conseguiu entender muito bem o porquê
> de TUDO ser ilusão.

A resposta é simples.

O problema é que todos nós vemos e percebemos o mundo através do nosso ego (aliás, não poderia ser de outra forma, visto que é para isto que ele existe), a partir de conceitos e definições que nos são passados pela sociedade que nos criou e em que vivemos. Desta forma, aquilo que chamamos de 'realidade' é na verdade uma sobreposição, uma 'plataforma' deturpada e modificada por esses filtros. Maya é isto: uma maneira ilusória de perceber.

Geralmente a iluminação, sahmadi ou o satóri propostos pelos santos e gurus do mundo visa reeducar de alguma forma a pessoa, passando-lhe um novo conjunto conceptual, para que através deste kit a pessoa possa 'ver a realidade' (seja lá o que isto for) com mais clareza, com menos névoas e véus, e consequentemente com mais sabedoria, mais savoir-faire.

Naturalmente que com a experiência e a idade vamos percebendo que esses esquemas todos não passam de trocas de paradigmas (quase sempre para melhor, é claro), mas que dificilmente haverá outra maneira para nós, pelo menos enquanto encarcerados nestes corpos(*), de perceber o mundo de uma forma que não seja sensorial, limitada por nossos próprios sentidos e nosso cérebro.

Ou seja, a tal mudança existe, mas não é como se um véu se rasgasse e de repente passássemos a ver as coisas da forma como Deus ou como o Superman vê. É mais como se começássemos a ver que nem o Gandhi ou que nem o Osho, sacou?

Contudo, brincadeiras à parte, é como eu dizia na mensagem dos gatos: sempre precisaremos de decodificadores, de interfaces adequadas a nossos sentidos, para perceber os mundos que nos cercam.

Bene
(*)Até mesmo em corpo astral (no meu caso, o único outro corpo meu que conheço palpavelmente, fora o físico), estamos ainda sujeitos e vinculados ao ego e aos sentidos.



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