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19 de julho de 2007, 15:16:34
Krishna fala sobre o acidente aéreo do Vôo TAM 3054

“O espírito não nasce nem morre, apenas entra e sai de corpos perecíveis. O fogo não o queima.” (Krishna, no Bhagavad Gita) Por Lázaro Freire, Psicanalista Transpessoal A comoção é válida, a compaixão é divina, a curiosidade é humana. Mas como espiritualista formador de opinião, cumpro meu dever de alertá-los para não serem levados pelo que chamamos de “tsunami consciencial”. Lembro que, pelo que cremos (e vemos), as formas-pensamento de todo o mundo numa só direção — incluindo muitos espiritualistas em transe na busca de notícias em vão — geram uma atmosfera psíquica nada agradável, a qual pode ser causa (por si só) de muitas tragédias mais, sejam objetivas ou internas. Como já alertamos em outros acidentes, tsunamis e 11/9, essa “massa psíquica” do coletivo invade conversas, sites e psiques, como se fosse uma grande onda densa sobre a cidade, “arrastando” consigo qualquer um que não “voe” em uma altura consciencial mínima. Comprendo a nossa (e minha) curiosidade humana e impotência. Sentimo-nos pequenos e frágeis, como crianças... E crianças repetem mesmo filmes, decorando diálogos na tentativa de compreender ou prever o mundo que as cerca. Assim, dessensibilizam-se, progressivamente, de vilões e perigos, e em alguma instância relembram internamente que — parafraseando Gandhi — há uma justiça maior no roteiro, e o bem sempre vence ao final de qualquer conflito ou tragédia. É saudavel e natural. Mas, pelo menos aos que já tentam ter alguma adolescência consciencial/espiritual, recomendo muito cuidado para não pensarem que masoquismo psíquico silencioso é algum tipo de prece ou compaixão; e/ou que delírios e transes mórbidos (que lhes tirem do trabalho ou lazer) sejam alguma espécie de “ajuda às vítimas”. Não são. Relembro, nesse sentido, as palavras de Krishna, ditas há cerca de 3.500 anos, em favor da tranqüilidade consciencial e certeza íntima — as quais serviram de base para as crenças espiritualistas e reencarnacionistas posteriores. Ele certamente diria o mesmo — se entrevistado por “esse site que você está vendo aí” — em relação ao acidente da TAM. Fala Krishna à Arjuna (Bhagavad Gita, Capítulo 2, versículos 11 a 30): 11 — Andas triste por algo que tristeza não merece — e tuas palavras carecem de sabedoria. O sábio, porém, não se entristece com nada, nem por causa dos mortos nem por causa dos vivos. 12 — Nunca houve tempo em que eu não existisse, nem tu, nem algum desses príncipes — nem jamais haverá tempo em que algum de nós deixe de existir em seu Ser real. 13 — O verdadeiro Ser vive sempre. Assim como a alma incorporada experimenta infância, maturidade e velhice dentro do mesmo corpo, assim passa também de corpo a corpo — sabem os iluminados e não se entristecem. 14 — Quando os sentidos estão identificados com objetos sensórios, experimentam sensações de calor e de frio, de prazer e de sofrimento — estas coisas vêm e vão; são temporárias por sua própria natureza. Suporta-as com paciência! 15 — Mas quem permanece sereno e imperturbável no meio de prazer e sofrimento, somente esse é que atinge imortalidade. 16 — O que é irreal não existe, e o que é real nunca deixa de existir. Os videntes da Verdade compreendem a íntima natureza tanto disto como daquilo, a diferença entre o Ser e o parecer. 17 — Compreende como certo, ó Arjuna, que indestrutível é aquilo que permeia o Universo todo; ninguém pode destruir o que é imperecível, a Realidade. 18 — Perecíveis são os corpos, esses templos do espírito — eterna, indestrutível, infinita é a alma que neles habita. Por isto, ó Arjuna, luta! 19 — Quem pensa que é a alma, o Eu, que mata, ou o Eu que morre, não conhece a Verdade. O Eu não pode matar nem morrer. 20 — O Eu nunca nasceu nem jamais morrerá. E uma vez que existe, nunca deixará de existir. Sem nascimento, sem morte, imutável, eterno — sempre ele mesmo é o Eu, a alma. Não é destruído com a destruição do corpo (material). 21 — Quem sabe que a alma de tudo é indestrutível e eterna, sem nascimento nem morte, sabe que a essência não pode morrer, ainda que as formas pereçam. 22 — Assim como o homem se despoja de uma roupa gasta e veste roupa nova, assim também a alma incorporada se despoja de corpos gastos e veste corpos novos. 23 — Armas não ferem o Eu, fogo não queima, águas não molham, ventos não o ressecam. 24 — O Eu não pode ser ferido nem queimado; não pode ser molhado nem ressecado — ele é imortal; não se move nem é movido, e permeia todas as coisas — o Eu é eterno. 25 — Para além dos sentidos, para além da mente, para além dos efeitos da dualidade habita o Eu. Pelo que, sabendo que tal é o Eu, por que te entregas à tristeza, ó Arjuna? 26 — Se o ego está sujeito às vicissitudes de nascer e morrer, nem por isto deves entristecer-te, ó Arjuna. 27 — Inevitável é a morte para os que nascem; todo o morrer é um nascer — pelo que, não deves entristecer-te por causa do inevitável. 28 — Imanifesto é o princípio dos seres; manifesto o seu estado intermediário; e imanifesto é também o seu estado final. Por isto, ó Arjuna, que motivo há para tristeza? 29 — Alguns conhecem o Eu como glorioso; alguns falam dele como glorioso; outros ouvem falar dele como glorioso; e outros, embora ouçam, nada compreendem. 30 — Eterno e indestrutível é o Eu, que está sempre presente em cada ser. Por isto, ó Arjuna, não te entristeças com coisa alguma. Sâo Paulo, 18 de Julho de 2007 (Mensagem escrita sob influência de consciências espirituais ligadas a Ramatis, e publicada na Lista Voadores horas após iniciada a comoção coletiva mundial diante de grave acidente aéreo em São Paulo) Para mais textos de Lázaro Freire, criador da Voadores, leia sua coluna em www.voadores.com.br/lazaro

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Lázaro Freire
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