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* Energia Reiki - Mitos e Discernimento
Publicado em: 06 de setembro de 2006, 17:21:58  -  Lido 8445 vez(es)



Energia Reiki - Mitos e Discernimento
Mensagem de 2004 na Voadores, revisada e ampliada em Set/2006
Por Lázaro Freire

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O ReiKi em si é um ótimo sistema de cura, acessível e didático, que não requer grandes preparos especiais dos aplicadores. Compreendo que tenha uma função evolutiva no momento espiritual do ocidente.

Vou além: a popularização do Reiki ajudou a questionar as exageradas obrigações doutrinário-religiosas impostas a médiuns de outros sistemas. Antes, estes eram obrigados a engolir anos de evangelização imposta, apenas porque desejar - ou PRECISAR - doar energias de cura, em amor, como ensinado por todos os grandes Mestres do planeta.

Mas se vejo o PRINCÍPIO do Reiki como positivo, infelizmente há em grande número um "reiki® fast-food" que se baseia mais em "ouvi falar" do que em discernimento. Não é culpa da técnica, nem da egrégora Reiki original. Mas este reiki, inicialmente comércio, para muitos se tornou uma nova religião - e pior, sem a espiritualidade que normalmente acompanha as religiões.

A maioria dos "cursos" por aí são de um fim de semana, sem maior compromisso, e o que "ensinam" de bioenergias, chakras, auras, nadis, kundalini, sintonia, passes, técnicas, mudança consciencial, ética, sabedoria, meridianos, etc é muito superficial - quando não ausente. O interesse passou a ser, em muitos casos, comercial.

Assim, é importante avaliarmos COM DISCERNIMENTO alguns dos mitos sobre o Reiki e seus princípios de funcionamento que tanto ouvimos por aí:



MITO: A "energia reiki" jamais faz mal a alguem e independente da conduta espiritual do reikiano.

Não é bem assim. Discernir é simples, como veremos a seguir. Mas contra isso há uma arrogância quase religiosa de alguns reikianos, movida às vezes por interesses ou ego.

Não existe "energia reiki". A energia é uma só, modulada por diversas técnicas, e assumindo as características do meio. E o passista, ainda que reikiano, também é um desses meios - e a influencia, sim.

A conduta de qualquer pessoa influencia as bioenergias de qualquer outra com a qual ela se acople auricamente. Mesmo se uma técnica usasse uma nova modalidade de energia, recém descoberta no universo (e não uma modulação diferente de outra), AINDA ASSIM as demais energias anímicas do aplicador TAMBÉM estariam passando, sem parar.

Se a pessoa é espiritualista, e acredita em consciências extra-físicas, há outra coisa fácil de perceber: não dá para deixar o
obsessor do reikiano nem do paciente fora da sala, só porque queremos aplicar uma energia supostamente "especial". Obsessores são universalistas e democráticos, se acoplam em qualquer um, sem ligar para a "linha" da pessoa. Ou seja, se o passista (reikiano ou não) não cuida de sua conduta e sintonia, vai deixar o paciente MUITO pior.



MITO: A energia do Reiki é outra, "melhor", diferente das que quaisquer espiritualistas estudam.

Raros mestres de reiki tem noções adequadas de prana, apana, vyana,
udhana e samana; e suas diferenças. O que torna pouco provável uma correta compreensão do vyana, auto-regulador, envolvido na técnica "reiki".

Poucos ainda tem noções básicas de kundalini, envolvida no processo - e ainda assim saem fazendo "iniciações" (?) que lidam com ela, baseados em repetições ritualísticas do que aprenderam ou "ouviram dizer".



MITO: Quem aprende a técnica de sintonização torna-se um "Mestre" Reiki, ou um Mestre "de Si Mesmo" (?).

Nada contra o ReiKi - ao contrário, sou, digamos, "mestre reiki" em vários sistemas. Prefiro o termo "iniciador" ou "sintonizador" - mas, convenhamos, não vende tanto nem dá o mesmo status.

Acho muito bom haver uma técnica de aprendizado rápido, a qual as pessoas já conseguem sair praticando e ajudando após um único fim de semana. Embora seja evidente que isso traga as limitações de qualquer fast-food, as quais, DEVERIAM ser devidamente compensadas e complementadas em módulos posteriores.

Mas observem que, para alguém se dizer MESTRE em algo, lamento, precisaria estudar um pouco de muito mais. E não só estudar: Mestres discernem. Mestres são a expressão máxima da sabedoria, do discernimento, da conduta reta. Mestres conseguem transformar consciências com sua simples presença. Mestres transmitem, numa simples prática ou palavra de poder, "algo mais" do que simples resultados de ritos, ou pirotecnias bioenergéticas. Mestre compreender profundamente o consciente e inconsciente de cada um de seus discípulos, inclusive no transpessoal. E os acompanham, depois.

NENHUM mestre, nem mesmo o Usui, sairia dizendo que a conduta de seu
discípulo "tanto faz". É só pensar um pouco, muito pouco. E notaremos
que a maior parte dos "mestres reiki®" que temos por aí sequer acompanham seus iniciados. E boa parte não anda lá muito interessada em que as pessoas PENSEM, discirnam, os questionem. É mais comercial e prático criar um mito onde a sua própria responsabilidade é transferida de forma mágica para o universo "inteligente", espalhando também que a técnica que eles vendem é "melhor" - e, consequentemente, a do outro, pior.



MITO: Caráter, conduta e sintonia do Reikiano não afetam a aplicação.

Reiki, insisto, é muito prático e bom. Mas os melhores reikianos que já vi eram EXCELENTES pessoas, de conduta maravilhosa. Que já emanavam ótimas bioenergias antes do Reiki. Pessoas excelentes usando uma técnica excelente, conectados a uma egrégora também excelente. Adivinhem o resultado?

Agora imagine um fumante, carnívoro, ciumento, encrenqueiro, brigão e
que tenha bebido. Sem entrar no julgamento moral e discernimento de cada um desses atributos, é FATO que cada um deles altera, de alguma modo, as bioenergias, em sentido menos sutil. É claro que o que essa pessoa faz com seu corpo, psiquismo e sintonia espiritual afetará aqueles com quem cruzar. Imagine então um acoplamento de "cura" com um reikiano assim.

Precisamos SER a cura que desejamos levar.



MITO: O símbolo do Reiki é um bambo, exatamente porque somos apenas canais que não afetam a energia.

Ouvi alguns "justificando" que o símbolo do reiki seria um bambu, por este ser oco (?) e através dele a energia reiki passar, "provando" que o bambu seria um "simples instrumento".

Até onde sei, o símbolo do Reiki NÃO É um bambu. Alguém pode ter adotado este símbolo depois, mais para o mito que divulgava do que para a prática original, mas isso não significa que a energia passará por um bambu.

Resumindo o princípio real do REI-->KI, a modulação de energia utilizada no Reiki envolve energia cósmica, fohat, REI, passando pelo nadi chitrini (que fica dentro do vraja, que fica dentro do sushumna), ativando kundalinicamente o muladhara (já é outra forma de energia), e acionando o KI do hara. Ou seja, REI (cósmica), KUNDALINI (telúrica) e KI (animica) estarão envolvidos no processo. Em um mecanismo como esse, é IMPOSSÍVEL a porção KI e KUNDALINI do aplicador não afetar de algum modo aquilo que teve como gatilho uma energia sutil.

Aliás, imagine um médium descontrolado kundalínica e sexualmente, possivelmente em processo de assédio, entrando em comunhão fortissima e quente via ReiKi com um paciente do sexo oposto, particularmente interessante e receptivo no momento. Ainda que de forma inconsciente, consegue ver o "resultado"?

O símbolo do Reiki mostra ideogramas kanji para Rei (energia cósmica) e para Ki (energia vital) reuinidas, exatamente falando da natureza energética acima explicada.

O bambu, por sua vez, é um conhecido símbolo de FLEXIBILIDADE, tanto no zen quanto no tao. Ele é o mole que se verga com o vento, e por isso resiste, ao contrário da árvore dura, seca e firme que se quebra. Se depois mestres bem ocidentais "adaptaram" o símbolo às lendas comerciais que criaram, transformaram Usui em cristão, trocaram o longo contexto iniciático por mero ritual de fim de semana, não é mais Reiki, é marketing. Mas o contato áurico ainda existe, e a conduta do reikiano continuará fazendo muita diferença naquilo que deseja passar.



MITO: Os símbolos ReiKi são secretos, e só podem ser revelados a "iniciados".

Na verdade, sequer o ChoKuRei e demais símbolos são do ReiKi, ou secretos. Eram simbolismos de uma vertente do budismo de Usui, que o ReiKi incorporou - antes de inventarem a internet e termos como saber da origem dos paradgimas. Evidentemente, não foram passados magicamente a Usui: há registros históricos anteriores do uso dos símbolos, inclusive onde Usui frequentava antes. A técnica é apenas como usar os velhos símbolos para cura, via iniciação.



MITO: Se um reikiano estiver embriagado, a energia reiki, independente de seu estado, irá fluir.

Eu acrescento: E o bafo também, assim como os assediadores espirituais e seu campo psíquico e bioenergético COMPLETAMENTE turvo pelo lastimável estado de embriaguês.

Vários certamente já presenciaram a cena inconveniente: Em uma festa, alguém de porre lembra que é reikiano, e cisma que é capaz de "curar" os outros, diagnosticando quem está "passando mal" - em geral, de bebedeira também. E se alguém de bom senso pondera sobre sintonia, o "reikiano" começa um discurso sobre o reiki não ser afetado, falando de espiritualidade movido a embriaguez e fluidos densos, com direito a manipulação de energias e tudo. O curioso é que em geral não tem a espiritualidade tão "prática" assim quando está sóbrio. A clarividência fornece cenários espirituais, digamos, "curiosos", em casos de "cura" assim.



MITO: A energia reiki simplesmente existe independente das coisas.

A estes, recomendo estudar um pouco, seu reiki certamente se beneficiará... Na verdade, "REI" e "KI" já existiam bem antes do "Reiki", independente das técnicas. O ReiKi não inventou as energias.



MITO: A intencão do reikiano em passar o reiki, é que faz essa energia correr através das mãos. É como um "ON" "OFF".

Em termos. Não é BEM assim que FUNCIONA. Não é a intenção que faz correr, há um processo envolvido, relacionado com uma abertura kundalinica no chitrini, e a conexão a uma egrégora. E este egrégora, aliás, tem MUITO de espiritual.

Mas, para os que tem credo espiritualista, pondero que assim como há pseudo-mestres reiki no físico, há também consciências extra-físicas simpatizantes. Assim, acredito mesmo que um desencarnado pseudo-mestre Reiki possa atender a um reikiano bebado e desequilibrado também, na falta de uma conexão mais sutil. Especialmente se o tal pseudo-mestre desencarnou com essas crenças. Aliás, se crê que a energia da bebida não será passada mesmo para o paciente, é até provável que este espírito vampirize o reikiano, e ainda ache que está fazendo um favor à "inteligência" do princípio sutil. O paciente fica com a energia sutil, o espírito com a densa, e o reikiano sem nenhuma. Mas como o acoplamento é dos três, todos influenciam todos, e ainda ganham.

Eu certamente não gostaria de tomar reiki com este. Outros, veja só, até pagam por ele.

Aos que tiverem oportunidade, recomendo meus cursos de passes, reiki e cura pranica comparados, com sistema "reikiano" de iniciação próprio e individual - justamente para o sintonizado "desconstruir" os princípios.



MITO: Reiki é sempre bom, em qualquer circunstância.

Em termos. Se o princípio acelera a cura e cicatrização, aplicá-lo em um osso quebrado e fora do lugar pode comprometer a correta cicatrização. Diane Stein também relata sobre um dedo amputado que foi levado para cirurgia apenas uma hora depois, tendo recebido reiki durante o transporte. Os médicos não puderam reimplantar, alegando que o amputamento havia ocorrido no dia anterior, e que os dedo e/ou mão já estavam em um processo mais avançado de cicatrização.



MITO: Algumas pessoas podem utilizar o simbolo do reiki para fazer o mal, usando o símbolo, a distância.

Em termos. Emanar algo bom para alguém melhora a pessoa. Desconheço contra-indicações graves relacionadas aos símbolos usados no Reiki tradicional. Mas, como uma técnica de concentração de energia, deve ser usada com discernimento em caso de acúmulo de energia, onde seria mais adequada uma técnica de dispersão.

Fora do tradicional, é preciso compreender a egrégora de cada símbolo utilizado, e o mecanismo da transmissão. Há um caso envolvendo o Harth, um símbolo de Karuna Reiki, que teria prejudicado a mediunidade de alguém que estava sendo "ajudada" sem saber, por alguém de "boa intenção" - e sem discernimento. Por clarividência, notaram um escudo protetor acima do chakra coronário do médium, formado por pequenas pirâmides Harth. O objetivo do símbolo tem mesmo a ver com proteção, mas certamente uma sensitiva não queria ser "protegida à revelia" de seu contato com os planos sutis - pelo mesmo motivo óbvio pelo qual ninguém em sã consciência colocaria um filtro de sonhos no quarto quando tem pretensões de fazer viagens astrais.



MITO: O Reiki precisa ser cobrado. Tudo tem que ter trocas. Só se pode aplicar Reiki quando as pessoas nos dão algo em troca.

Lei de Talião aplicada à espiritualidade. Esse é um discurso de quem cobra caro. Se a energia é a do universo, e o reikiano acredita não fazer nada, porque deveria cobrar por ela? A resposta é simples: para ser ressarcido do alto valor que algum "mestre" lhe cobrou.

Por outro lado, o TEMPO é do reikiano. Se ele se dedica integralmente a isso, se pesquisa e investe nisso, se mantém espaços para este fim, é justo que possa viver e se alimentar, como em qualquer profissão.

O ideal nem é o exagero de alguns espíritas, onde quem doa ou dá um curso muitas vezes faz menos do que pode por não conseguir arcar com os prejuizos e custos operacionais, nem tampouco a justificativa pobre com fins claramente comerciais.

Se a pessoa elabora cursos de reiki, ou espíritas; se viaja para ministrar seus cursos; se pesquisa e se aprimora; se faz transparências e aluga salas para cursos ou atendimentos; notem que todos envolvidos cresceram, lucraram, evoluiram e mantiveram seu projeto de vida: a papelaria, a empresa de ônibus ou avião, o espaço que alugou a sala, a fábrica de computadores, o dono da parada em que o professor lanchou, a indústria que fez a roupa que usou para se apresentar bem...

Como sempre digo, a papelaria não dá descontos quando compramos tinta de impressora ou transparências para usar com "fins espirituais". Até mesmo quem fez o curso cresceu, de algum modo. É sem sentido exigir que justamente quem movimentou tudo isso não possa crescer, lucrar e evoluiur, apenas por seu tema (que lhe custou caro) ser supostamente "espiritual".

Mas notem que isso não justifica, por si só, o mercantilismo abusivo das iniciações, e MUITO MENOS o constante disseminar de inverdades prejudiciais, que seriam mitos quase religiosos, não fossem na verdade intenções escusas por mero apelo comercial.



Cure. Se cure.
Em todos os aspectos.
SEJA a cura que deseja levar.


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Lázaro Freire
lazarofreire@voadores.com.br


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