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>> Colunistas > Emílio Cid RELATO: Nem só de para-turismo vive o voador Publicado em: 26 de abril de 2007, 15:25:52 - Lido 2812 vez(es) Uma vez por mês, mais ou menos, eu consigo me lembrar de uma projeção lúcida. Todas foram de para-turismo. Seja no umbral, seja voando alto em lugares lindos, mas sempre como curioso - um turista passeando, como um para-desocupado. Voar no astral é a coisa que eu mais adoro nessa vida, mas já estava ficando meio chateado de não fazer nada de útil por lá. Finalmente aconteceu uma coisa ótima. Mas, primeiramente, tenho que contar a historia do Marko: Marko morreu há 7 anos. Ele era um cara super legal, mas "muito doido". No final de uma balada, ele estava sentado na capota da cabine de uma pick up, falando pro motorista correr mais. Numa curva ele caiu de cima da capota e morreu. Logo de cara saquei a barra que ele ia enfrentar, com carga vital para mais 50 anos de vida e causando sua morte por irresponsabilidade, finalizando uma série de outras irresponsabilidades. Não teria mérito para um resgate, e iria apodrecer grudado no corpo, enquanto durasse essa energia vital, como acontece com suicidas. Mentalizei muito pra ele e no centro espírita que trabalhava. Tinha uma esperança de recebê-lo para encaminhamento e esclarecimento. Durante muito tempo, principalmente nas sessões de desobsessão, eu chamava pelo Marko, mas não consegui contato. Depois de uns 3 anos, acabei me esquecendo dele. No mês passado, eu estava no meio de um sonho bobinho, sentado em uma lanchonete quando avistei o Marko de longe. Eu não sabia que era sonho e pensei: - Cara, estou ficando clarividente ! To vendo o Marko em seu corpo astral! Levantei e fui falar com ele. Assim que me aproximei e olhei pro Marko de perto eu me toquei que estava EU estava no astral em projeção. Meus sonhos são sempre coloridos e razoavelmente nítidos - mas sempre que eu "acordo" no astral o sonho desaparece e as cores e a nitidez da paisagem ficam impressionantes, parece um monitor com resolução de 3000 x 5000. Mas dessa vez isso não aconteceu, o cenário continuou o mesmo, continuei na mesma lanchonete. Não me preocupei com isso, não quis sair voando, só olhei pro Marko. Coitado, tava com uma cara de profunda tristeza e arrependimento, não falou nada. Percebi também a presença de um amparador, do qual, simbólicamente, eu só conseguia ver os pés, como se ele estivesse no "andar de cima". O amparador ordenou, não verbalmente, que eu abraçasse o Marko. Com a segurança e conhecimento de causa de quem faz isso sempre, eu me aproximei e abracei-o. Senti que ele foi mudando, melhorando e depois foi se sutilizando. Subiu e sumiu junto com um amparador que eu não consegui ver de jeito nenhum: eu apenas "sabia" que ele estava lá. Acordei em seguida, me lembrando perfeitamente de tudo. Foi uma experiência muito real, apesar de continuar com o cenário onírico da lanchonete. A imagem do Marko também era plasmada, pois ele estava bonitão do mesmo jeito que quando no plano físico e eu sei que na verdade ele deveria esta com a aparência do cadáver putrefato. Esse onirismo foi providencial, pois eu não teria coragem de abraçar um cadáver podre, pelo menos por enquanto ainda não. Eu teria saído voando, ou pelo menos daria um passe a distância... e depois sairia voando. Além disso, refleti, eu certamente não estava em nenhuma lanchonete bonitinha: eu devia estar em algum abismo horroso do umbral. Ainda bem que eu nem me lembrei de dar um passe no ar pra dissolver o cenário onírico que o amparador criou. Essa falta de nitidez também pode ter sido causado pelo meu cordão de prata que devia estar bem denso, como necessário para esse tipo de serviço. A segurança com que fiz o serviço, delatou que eu faço isso de vez em quando, mas não tenho autorização para lembrar. Outubro de 2001 -- Emílio Cid emilio.cid@uol.com.br
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