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>> Colunistas > Fernando Golfar Morte Publicado em: 05 de novembro de 2007, 15:33:04 - Lido 2342 vez(es) Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida e isso é um erro.
Ao contrário, existem muitos outros tipos de morte e se faz necessário morrer todo dia um pouco. Caso isso não aconteça, estaríamos estacionados, parados num ponto enquanto o restante do universo estivesse caminhando, mesmo que lentamente.
A morte é ainda mais do que uma passagem, é a indicação de transformação.
Se a semente não morrer, para dar lugar a arvore, os frutos e as flores não existiriam. E o que é mais importante, o que mostra o real sentido da criação: A semente ou os frutos advindos dela?
Para que um embrião inicie sua jornada, é necessária a morte do espermatozóide e o óvulo fecundado por ele. Caso eles não morressem, o embrião não teria a possibilidade de ser gerado.
Para que as borboletas surjam, é necessário que a lagarta se enclausure e morra, no sentido da transformação.
A morte simboliza o ponto inicial de algo que surge, como se fosse um portal que liga o passado ao futuro. E o que está entre o passado e o futuro é o nosso presente. Assim, a morte é um presente. Não é fantástico?
Quando ainda bebês, morremos para o embrião dependente, que morre para a criança inocente, que morre para o confuso adolescente, que morre para o jovem adulto, que certamente morre para que o adulto, o veterano e o ancião reapareçam.
E o ancião, no fantástico jogo da vida, dá seu lugar ao novo, partindo em direção ‘as estrelas, deixando seu veículo estacionado aqui nesse planeta, para sempre.
Pensando assim, devemos deixar morrer o inseguro, o ciumento, o ignorante, para que nasça um novo homem, que sabe compartilhar, de forma inteligente, seus sentimentos mais puros e sutis.
Seu relacionamento não anda bem? De chance para que um novo surja, mesmo que seja com as mesmas pilastras, mas de uma forma mais interessante. Pra que insistir no comodismo? Mate- o e seja feliz!
Se tivermos medo das mortes em nossa vida, corremos o risco de ficar no passado, já sabido e vivido, abrindo mão de um futuro que nos aguarda, ansioso, próspero, e cheio de caminhos a percorrer. E com um detalhe importante: Novos caminhos, novos desafios e novas oportunidades!
É necessário, todavia, que não matemos nossas virtudes de crianças (inocência, sorriso nos lábios, criatividade e energia), mas como adultos, devemos matar os vícios da infantilidade.
É aí que está a grande sacada: Devemos aproveitar aquilo que cada fase nos oferece de bom, para que sejamos completamente felizes e atualizados, descartando os lixos que já não nos servem mais, as muletas e as desculpas.
Então, o que você está esperando para matar em si ainda hoje para que nasça o ser que você tanto deseja ser?
Pense nisso e morra!
Mas, não esqueça de nascer melhor ainda...
20/11/2003 – 11:15 -- Fernando Golfar
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