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* Profecia Maia - Desconstruindo as mentiras sobre 2012
Publicado em: 13 de fevereiro de 2009, 15:51:11  -  Lido 19944 vez(es)



Uma série de cinco mensagens informais na Lista Voadores desconstroem um por um a série de equívocos alarmistas que esotéricos usavam para justificar "cientificamente" a crendice em um fim do mundo em 2012. Vale a pena conhecer as falácias da argumentação apocalíptica, já que ela tenta se sustentar a partir da possível falta de informação de quem a lê.

 

(Agradecemos o envio de novas informações científicas e históricas que ajudem a desmentir o texto em itálico. Para tanto, utilize o formulário ao final)

 

 

 

> Profecia Maia
> A Realização das detalhadas profecias que a antiga cultura Maia fez
> para o período correspondente entre os anos 1992 e 2012 do nosso
> calendário gera um grande mistério e uma pergunta inquietante:
> Encontramos-nos realmente vivendo o final de una era cósmica e
> veremos dentro de quatro anos o amanhecer bem diferente do que
> conhecemos?

A cultura Maia NÃO FEZ profecias "detalhadas" sobre o que aconteceria nesta época. Seus poucos textos traduzidos eram criptográficos e imprecisos, bem mais que o de outras mitologias. O que ocorreu é que descobriram seus calendários e mitos, e esses terminam em 2012. Para um povo exterminado em 1500, estava de bom tamanho.

Como toda cultura mítica e espiritual, eles tinham seus conhecimentos e sabedoria. Também tinha observações interessantes de astronomia. Também falam de mudanças de era. Não são os únicos. Na verdade, quase todos os povos tem mitos e esperanças assim.

A partir daí, esotéricos modernos e urbanos fizeram "interpretações" bem pessoais de seu calendário e profecias. A maioria dessas "profecias maia" foram feitas em Sâo Paulo, e são tão mexicanas quanto o Corinthians. A maioria dos "calendários maia" vendidos por aí trazem runas (nórdicas), hexagramas (chineses), chacras (hindus) e outras misturas inusitadas - e nem um pouco maias. Se alguém aproveita essa NOVA religião "maia" paulistana para arguir alguma coisa boa para si, tudo bem. Mas isso não faz deles porta-vozes do fim do mundo, muito menos para 2012.

> Os científicos não sabem o que está acontecendo com o Sol.

Se isso for verdade, não tem nada a ver com o calendário Maia. Nem com 2012.

> No dia 20 de janeiro de 2005, uma surpreendente tempestade solar
> alcançou a Terra com sua máxima radiação 15 minutos após as
> explosões.


... e o mundo acabou?

... e um CALENDÁRIO dos maias antigos falava disso?

 

Evidentemente que não. Sempre houve tempestades solares, mas atualmente nós conseguimos detectá-las. O que também ocorre é que nossa tecnologia atual (satélites, eletrônica, telecomunicações) é mais sucetível a danos oriundos de tempestades solares. Isso nunca havia ocorrido antes, e portanto só agora nos preocupamos com elas. Mas a humanidade sempre enfrentou tempestades solares, invisíveis. E como dá para notar, sobreviveu.


> Normalmente, demorariam 2 horas para chegar aqui.

Bem, a luz do sol demora 8 minutos para chegar aqui. Qualquer onda eletromagnética viajaria TAMBÉM na velocidade da luz, e chegaria no mesmo tempo. É uma constante.

Se falamos de substâncias, e não de radiações, qualquer coisa que chegasse aqui em apenas 15 ou 120 minutos teria que estar viajando QUASE à velocidade da luz. Se for eletromagnético, é equivocado. Se for algo mais material, é rápido demais para ser viável. De qualquer modo, nessas velocidades, estariamos falando de algo intangível. Algo que não pode ser visto ou sentido. Como os ventos solares que sempre chegam por aqui, onde a vida sempre existiu.

Ou seja: O artigo pega dados científicos para fazer sensacionalismo esotérico de cunho apocalíptico. Sem fundamentação. Cita profecia maia e passa, sem maiores conexões, a citações científicas que não seguem as premissas, e portanto não sustentam conclusões.

> Segundo Richard Mewaldt, do Califórnia Institute of Technology, foi
> a mais violenta e mais misteriosa dos últimos 50 anos.


Não sei a veracidade da informação, mas 50 anos é muito pouco tempo em termos de existência solar e terrestre. Faz pouco tempo que observamos radiações. Não conheciamos essas coisas há 100 anos atrás. Ventos solares sempre existiram, já faz alguns zilhões de anos que o sol é uma bola de gases em combustão.

> Os cientistas acreditavam que as tempestades se formavam na coroa
> solar pelas ondas de choque associadas a erupções do plasma.
> Os astrônomos ficaram perplexos. O professor Lin – principal
> pesquisador do satélite Reuven Ramaty High Energy Solar
> Spectroscopic Imager (RHESSI)– expressou sua conclusão com uma
> frase muito simples: "Isso significa que realmente não sabemos como
> o Sol funciona".

Tá, ótimo, mas parece que ele tem funcionado muito bem nos últimos zilhões de anos, de forma bem compatível com a vida na Terra. Independente do que um pesquisador ou esotérico acreditavam sobre seu funcionamento. E daí?

> Resumindo: O inusitado fenômeno de 20 de janeiro de 2005 acabou com
> os modelos de estudos da nossa ciência sobre o assunto.

São 50 anos de estudo, portanto, é natural que haja premissas equivocadas, desmontadas com novas observações. Nâo há nada de apocalíptico em descobrirmos novidades em relação aos corpos celestes.

E, é bom lembrar, o mundo não se acabou...

> E porque o Sol produziu uma atividade tão intensa e anômala neste
> momento? O pico máximo de atividade da nossa estrela - no seu ciclo
> principal de 11 anos - aconteceu no ano 2000.

Deixe-me adivinhar...
Porque estamos próximos de 2012???
:-D

> Em 2004 os físicos solares observaram uma ausência total das
> manchas, onde isso sempre anuncia a proximidade de alguma atividade
> no Sol.

Em 1999 também havia manchas solares, e os apocalípticos associaram à data de Nostradamus. Que, convenhamos, era muito mais importante e aceita em termos mitológicos do que a Maia. Antes disso, no começo da década de 1990, notaram um aumento de atividade solar durante algum período. Diziam no Fantástico que poderia gerar um caos nas telecomunicações. Mas o mundo não se acabou.

Possivelmente já tivemos coisas assim muitas vezes nos últimos milênios. Mas antes não havia como observar o sol. Talvez algumas variações dessas de fato afetem nosso modelo de telecomunicações, que é recente, e que não considerou interferências solares. Nesse caso, um dia precisaremos considerar essas "marés" solares e construir nossas telecomunicações de um modo mais longe da areia da praia. Por exemplo, se satélites podem ser afetados e sofrer ruidos, a atividade solar não deve afetar as comunicações por fibra ótica submarina. Sempre tivemos atividade solar, mas só recentemente temos comunicações por ondas eletromagnéticas e capacidade de observação das explosões do sol. Só isso.

> Essa atividade mínima deveria ocorrer entre 2005 e 2006, uns quatro
> anos antes da máxima, prevista para o ano 2010 ou 2011,
> precisamente nas vésperas da data para a qual os antigos Maias
> profetizaram o final da era correspondente ao "Quinto Sol" e o
> começo de outro ciclo cósmico, chamado "Sexto Sol".

Pois então, 1990, 1999, 2004, 2005, 2006, 2010, 2011... Estes anos todos não estão na profecia, mas ocorrem eventos citados. É natural também que alguma coisa - incluindo atividade solar - ocorra em 2012 também. Assim como em 2014 ou 2018.

> Os Maias sabiam de algo que nossa ciência atual ignora?

Pode ser que sim, pode ser que não. Há vários calendários astronômicos de povos antigos, talvez alguns tenham sistemas de contagem de tempo interessantes, já que o nosso calendário é muito focado na agricultura (lua, ano solar, estações). Outros povos podem ter chegado a cálculos diferentes, sem precisar pensar dentro da imposição católico-romana da Terra TER QUE ser o centro do universo de Deus. Para alguns desses povos, o Sol era o Deus, e portanto, possível centro universal. Pode ser sim que, assim como somos bons em calcular anos e eras, eles saibam de alguns outros ciclos. Que diferença faz?

É bom lembrarmos que todos calendários se baseiam em convenções, e transições mais ou menos graduais. Não há uma mudança radical quando a lua passa a ser cheia, nem quando deixa de ser primavera e passa a ser verão. Vários povos falaram em eras, e mediram seu tempo por elas. Mas mesmo se suas convenções estiverem certas (nem sempre estão), isso não significa que o dia seguinte não exista (ao contrário), e nem ao menos que as coisas mudem na data final de sua convenção.

Por exemplo, sabemos que o ano tem 365,25 dias, e baseamos nosso calendário mais ou menos nisso. Cada folhinha nossa respeita o tempo de volta da Terra em torno do Sol. Mas isso não implica que o dia 31 de Dezembro seja o fim dos tempos. Imagine que nossa civilização houvesse sido exterminada em Setembro, e alguém encontrasse em Outubro uma folhinha nossa de 2009, e a decodificasse. Isso não significaria que o mundo se acabaria em Dezembro. Mas é EXATAMENTE isso que estão fazendo com o Calendário Maia.

> Os textos sagrados poderiam ajudar os cientistas a entender o
> comportamento do astro rei?

É bem pouco provável. Até porque, esses "textos sagrados", quando existentes, são bem fragmentados e simbólicos. Boa parte deles fala mais das versões mitológicas para a história do povo maia, ou de conhecimento de ervas. E a pouca mitologia maia que sobreviveu é repleta de... mitologia.

O que ocorre por aí são interpretações bem paulistanas e esotéricas da atividade solar e do calendário Maia. Nâo há nada de "sagrado" nessas interpretações, a não ser o fato do tal "médium" se achar um novo enviado de Pacal Voltan, deus dos antigos maias.

> E sobre tudo, por que motivo eles prestavam tanta atenção na
> atividade solar dos nossos dias naquela época?

Bem, eles NÃO PRESTAVAM antenção na ATIVIDADE SOLAR de nossos dias. Eles apenas tinham um calendário de ciclos da terra, sol, etc, que terminava em 2012. POrque dentro da contagem de tempo deles, isso encerraria um ciclo... deles. Era a folhinha 2009 deles, ué... Se tivessem sobrevivido, hoje fariam outro, após uma série de celebrações.

Quem está prestando atenção na atividade solar de hoje não são os maias, mas sim os cientistas. E os esotéricos (bem brasileiros) que faturam em cima de crendices maias.

É natural que a ciência preste atenção nas manchas solares, hoje temos aparelhagem para isso, e temos comunicações afetáveis por radiações. O que há de Maia nisso? Prestamos atenção também na lua, nos oceanos e nas galáxias, de um modo antes impensável.

> O Calendário Maia termina de repente no sábado 23 de dezembro de
> 2012, 5.125 anos depois de se iniciar a era do "Quinto Sol".

Bem, é como eu sempre disse. Em 2012 será o fim... DO CALENDÁRIO MAIA.

ELe acabará; nós, não.

> Segundo as profecias, a causa física desse término é que o Sol
> receberia um raio oriundo do centro da galáxia e emitiria una
> imensa "chama radioativa" que transmitiria a radiação a Terra e
> conseqüentemente a todo o sistema solar. Este evento acontece antes
> do começo de um novo ciclo cósmico.

"As profecias"?
Nada como algo bem exato...
Profecias de quem? De um povo que foi completamente exterminado por Henan Cortez em 1500 e não deixou registro escrito?
Ou profecias do Argueles, canalizadores e esotéricos recentes, "canalizando" suas próprias interpretações pseudo-científicas do pouco que ouviram de mitos de povos pré-colombianos?

Havia também outras profecias, de índios do Brasil, de Nostradamus, e até sobre o papa. A de maior credibilidade delas previa que o Corinthians conseguiria ganhar uma Libertadores ainda no MILÊNIO em que foi fundado. Como sabemos, não se concretizou.

> Segundo os dados Maias, já houve cinco ciclos de 5.125 anos,
> completando uma série de 25.625 anos, período muito próximo ao
> da "precessão dos equinócios", conhecido como "Ano Platônico"
> ou "Grande ano Egípcio", correspondente a um ciclo completo formado
> por 12 eras astrológicas (25.920 anos).

Vários povos falam de eras. Os hindus falam de Yugas, por exemplo. Os gregos também tinham suas "idades". Na astrologia, falamos de era de peixes, etc. Isso é NATURAL para lidar com as origens de cada cultura. Hoje em dia temos datação de carbono e calendários mais precisos, e vivemos em um paradigma "evolutivo" pós-darwiniano, em que supostamente estariamos cada vez "Melhores" (há controvérsias).

Mas naquelas épocas, antes de revoluções burguesas e industriais, eles TODOS falavam dos ancestrais e futuros períodos como sendo... períodos. Era sua forma de datação, intimamente associada com seus mitos. Era de ouro, era do bronze. Eras astrológicas. Em uma referência NÃO LINEAR de tempo, era bem razoável pensar assim para falar de referências ANCESTRAIS. Todos os povos de todos os tempos tiveram classificações assim.

> Segundo os dados Maias, já houve cinco ciclos de 5.125 anos,
> completando uma série de 25.625 anos, período muito próximo ao
> da "precessão dos equinócios", conhecido como "Ano Platônico"
> ou "Grande ano Egípcio", correspondente a um ciclo completo formado
> por 12 eras astrológicas (25.920 anos).

Céus! A Precessão dos Equinócios não tem NADA NADA NADA a ver com a atividade do sol, nem com o centro da galáxia. É apenas um movimento NATURAL da Terra, em torno de seu próprio eixo!!!
http://pt.wikipedia.org/wiki/Precess%C3%A3o_dos_equin%C3%B3cios

Não dura 25.625 anos, mas sim 25.800. Nâo tem um "começo" astrológico, porque é um movimento circular. Logo, não tem como "terminar" em 2012, a não ser que você começasse a contá-la (por CONVENÇÂO) a exatos 25.800 anos atrás, ué!!!

Que raios quer dizer ano PLATÔNICO? Alguém me ajuda? Não me lembro deste termo na filosofia de Platão. Nem dele fazendo profecias de fim do mundo, ou tendo qualquer relação com os maias. E na época do Egito eles não registraram conhecimento específico ou exato da precessão dos equinócios.

AO CONTRÁRIO, a origem da astrologia DESCONSIDERAVA o fato da terra girar em torno de seu eixo, e isso foi motivo de várias críticas (injustificadas) à astrologia. Isso porque o local do céu que chamam de áries não é mais onde está a constelação de áries. O motivo disso é a tal precessão, ou seja, como a terra gira lentamente em torno de sua própria inclinação, agora apontamos para outro lado.

Isso de dizer que são "eras astrológicas" é apenas outra convenção, assim como dividir o céu em 12 gomos ou signos. Poderia ser 36, um para cada decanato, ué. Por acaso, foram 12, tudo bem. 360 / 12 dá 30 graus para cada "signo". Se a Terra vai girando a ponto de dar um erro de 360 graus após 25800 anos, isso dá 2000 e poucos anos para cada 30 graus - ou "signo". Só a partir da constatação desse erro de observação (áries não ser mais áries) é que entramos com o conceito de "era" de peixes e "era" de aquário. Outra convenção, que não tem NADA NADA NADA a ver com o Calendário Maia. E muito menos com 2012.

> Segundo os Maias, a cada ciclo de 5.125 anos finaliza o prazo de
> uma humanidade (raça) na terra – primeiro a destruição, seguida
> pela regeneração que traz o ciclo seguinte, o "Sol". No começo são
> feitas sincronizações da "respiração" de todas as estrelas,
> planetas e seres.


Bem, me parece que o fim dos tempos para os Maias foi por volta de 1500, com a chegada de Hernan Cortez e dos colonizadores espanhóis. Deviam ter previsto isso.

Aliás, os Maias e Astecas são historicamente conhecidos por se basearem em profecias e serem PÉSSIMOS em suas interpretações. Sua civilização terminou exatamente por pensarem que os colonizadores espanhóis fossem a reencarnação de seu Deus. Nunca haviam visto cavalos, armaduras e armas de fogo, e concluiram serm alguma espécie de poder divino. Se entregaram sem lutar, e deram todo o ouro para os espanhós. Foi o FIM DO MUNDO. Para eles:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moctezuma_II

Impressionante como 500 anos depois, seus equívocos ainda fazem eco naqueles que gostam de se entregar sem lutar. Como os "espiritualistas" que focam muito mais em possíveis fins do mundo (um após o outro) do que na possibilidade de viver bem agora e aqui.

 

No fundo, estas pessoas NÃO SÃO espiritualistas. Elas NÃO TEM confiança na vida após a morte. Elas, aliás, sequer lidam bem com a brevidade de sua existência atual. Elas simplesmente não podem aceitar que terão que deixar o mundo um dia, e que este funcionará muito bem sem elas, possivelmente até melhor. Elas precisam a todo custo que o fim do mundo se dê durante sua existência. Se vão parar de brincar, querem levar a bola junto. Elas não acreditam na sobrevivência de sua alma, e portanto faz muita diferença saber em que dia ou ano todos irão morrer.

 

Mostre-me uma pessoa pregando o fim do mundo em 2012 ou um resgate planetário de escolhidos e lhe mostrarei um falso espiritualista, que no fundo morre de medo de morrer.

 

> A mitologia de várias culturas antigas fala de inundações
> catastróficas que aconteceram há uns 12.000 anos e de misteriosas
> chuvas de fogo, há cerca de 5.000 anos, onde pesquisadores como
> Maurice Cotterell associam a um grande cometa que cruzou a
> atmosfera terrestre.

Que interessante! Eu podia jurar que 12000 anos atrás estavamos ainda no período Paleolítico, também conhecido como Idade da pedra lascada
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paleol%C3%ADtico
e adentrando aos poucos o mesolítico e neolítico (idade da pedra polida), com o fim do Pleistoceno. A partir daí é que temos registros de começo de civilizações, agricultura, etc, pelo menos as conhecidas, capazes de deixar registros MINIMAMENTE confiáveis sobre datações, evidências arqueológicas, chuvas de asteróides e inundações.

Cometas e meteoros não são novidades, sempre ocorreram. Terremotos também, e com eles tsunamis. Já tivemos eras mais glaciais, variações de clima, e seguramente inundações. Tradições orais vão, é claro, falar de sinais dos céus, inundações antigas, estrelas de fogo. E com o conhecimento científico que (não) tinham, vão associar isso naturalmente a mensagens ou castigos de Deus. Na Bíblia há inundações, na mitologia Grega também, assim como na Suméria. Está no inconsciente coletivo da humanidade.

Mas o que isso tem a ver com 2012, fim do mundo ou profecia maia?

> O último Katum – denominado por eles "o tempo do não tempo" teve
> início no ano de 1992 do nosso calendário, logo após a um eclipse
> do Sol que eles profetizaram para o dia 11 de julho de 1991 e que
> aconteceu realmente. No entendimento dos Maias, se trata de um
> período de transição, caracterizado por grandes mudanças cósmicas,
> telúricas e históricas.


Digamos que tenham acertado a data de um cometa ou eclipse. O que há de divino ou sobrenatural nisso? Na antiga grécia, filósofos pré-socráticos também ganharam fama por "prever" fenômenos assim com antecedência, a partir da observação dos céus.

Se eles tinham milênios de observação dos céus, é possível que soubessem das datas de repetição de alguns cometas. Eu também prevejo que o cometa Halley passe a cada 76 anos. Mas isso não significa que o fim do calendário que EU uso seja o fim do mundo. Nem tem nada a ver com as manchas solares.

> Em setembro de 1994 foram detectadas fortes perturbações no campo
> magnético terrestre, com alterações importantes como a orientação
> migratória das aves e cetáceos e inclusive o funcionamento da
> aviação.


A partir daí, novamente o texto começa a citar qualquer alteração observada nesse período de modo a poder ser associada alarmisticamente com o calendário Maia, para fins de "sinal do fim do mundo". O que tem isso a ver? Porque não associar com o tsunami, com os cometas, com outras coisas também? A principal mudança é que atualmente temos instrumentos de medida.

> Em 1996, a sonda espacial Soho descobre que o Sol não apresenta
> vários, mas somente um campo magnético homogeneizado.


??? E daí ??? O sol mudou de comportamento após nossa possível descoberta?

> Em 1997 aconteceram violentas tempestades magnéticas no Sol

Não só em 1997... Mas o ano não seria 2012?
E em 1859, não ocorreram?
E as fortíssimas de outros séculos anteriores, que simplesmente não foram documentáveis?

Estamos aprendendo AGORA um pouquinho sobro o comportamento quase eterno do Sol. Daí a fazer apologia do fim do mundo baseado em um antigo calendário Maia, precisa forçar UM BOCADO, né?

> e em 1998 a NASA detectou a emissão de um potente fluxo de energia
> vindo do centro da galáxia onda ninguém soube explicar.

Céus. Acho que o que ninguém saberia explicar é o detalhamento da afirmação vaga acima.

Na década de 90, o telescópio espacial Hubble começou a funcionar. Descobriram muitas coisas naquela época. Nada como um "potente fluxo de energia" nos moldes maia, ou seja, saindo do centro de uma galáxia (que eles sequer conheciam) em direção ao nosso SOL em particular, um pontinho em um dos braços periféricos da Via Láctea.

Descobriram pulsares, buracos negros, nebulosas, galáxias para todo lado. Emamando energia, é claro. Nenhuma delas "apareceu" em 1998. Aliás, sequer a imagem que observamos em 1998 é de 1998, ou tem a ver com a profecia Maia. Qualquer coisa que observemos a milhões de anos luz recebe essa classificação de distância EXATAMENTE porque sua luz (ou energia) leva MILHÔES DE ANOS para chegar até nós. Já as crendices esquizotéricas, são bem mais instantâneas.

É o "fim do mundo", viu?

> Outra data importante da profecia Maia foi o eclipse total do Sol
> em 11 de agosto de 1999 que aconteceu exatamente como eles falaram.
> Segundo o Chilam Balam (livro sagrado Maia) após sete anos do
> início do último Katum (1999) começa uma era de escuridão e os
> desastres na terra (terremotos, furações e erupções vulcânicas)
> aumentariam consideravelmente.

Como disse antes, prever eclipses não é nada demais. Antigos gregos já o faziam, astrônomos medievais também. Apesar de antigamente pensarem ser sinais divinos, eclipses são apenas alinhamentos entre lua e sol, ou a sombra da lua sobre nós. Nada de tão sobrenatural. Como sol e lua tem movimentos previsíveis no céu, dá para saber quando ocorrerão. E não são o fim do mundo. Hoje sabemos que ocorrem sempre, em algum canto do mundo.

 

Aliás, o de 1999 foi lá para as bandas da Turquia, e não em cima da civilização Maia. Nem deu para observarmos daqui. Eu o vivi bem na época, e os Maias não o reinvindicavam como previsão deles, não. Até porque, todos os que hoje são profetas Maia na época eram crédulos em Nostradamus ou em algum resgate planetário de Ergon ou Ashtar Sheran. Só agora, perto de 2012, estão dizendo que aquele eclipse passado era parte da "profecia maia".

Mas... Digamos que fosse. Ainda assim o que seria uma descrição "exata" de como um eclipse seria? Dizer que a lua estaria "exatamente" diante do Sol? E que isso gera uma escuridão aqui?

O que disseram na época foi que o tal Eclipse seria anúncio do fim do mundo de 1999, o de Nostradamus. Parece que o mundo não se acabou.

> Segundo o Chilam Balam (livro sagrado Maia) após sete anos do
> início do último Katum (1999) começa uma era de escuridão e os
> desastres na terra (terremotos, furações e erupções vulcânicas)
> aumentariam consideravelmente.

De novo. Chilam Balam é uma das "bíblias" Maias, repletas de... MITOLOGIA. Tudo bastante simbólico, incompreensível, pode ser interpretado da forma que se quiser:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chilam_Balam

Se quiser procurar no livro Original, você verá apenas que eles observavam os céus, sabiam as causas dos eclipses, e associavam isso com sua mitologia. Nada demais.
http://home.planet.nl/~roeli049/chilam.pdf

> No dia 15 de agosto de 1999, 1 mês após o mencionado eclipse,
> aconteceu uma misteriosa explosão vindo do espaço e por causa
> disso algumas estrelas ficaram em eclipse durante horas.

Aahhnnn??? Perdão, como é que é isso das estrelas entrarem em eclipse? Estrelas??? Em ECLIPSE?
Até os antigos maias já sabiam o que um eclipse é (sol e lua alinhados), e provavelmente não fariam uma forçada de barra assim.

E que explosão "misteriosa" foi essa, só documentada nos sites de ufologia mística?

> Os astrônomos Richard Berendzen e Bob Hjellming, do Observatório
> Radio astronômico do Novo México (EE UU), qualificaram esse
> fenômeno como um enigma "digno de uma investigação minuciosa"

Esses nomes só são citados em sites de ufologia mística. Mas um deles explica que estes apenas teriam observado mais uma das várias... tormentas solares. Pelo jeito, pegaram a mais perto do tal eclipse, onde NADA aconteceu.

Na época deste eclipse, vários de nós já militavamos nas listas de internet. Foi um Deus nos acuda. Vários garantiam que seria o fim do mundo, ou o primeiro sinal antes do FIM definitivo em Outubro de 1999. Diziam que não podia ser coincidência, um grande eclipse JUSTAMENTE no ano em que Nostradamus havia previso o fim para apenas dois meses depois. Para variar, nada acabou, a não ser a carreira de alguns canalizadores apocalípticos.

> Diante desses acontecimentos podemos se perguntar: Poderia ser essa
> misteriosa e inexplicável radiação de 1999 o raio proveniente do
> centro da galáxia que segundo os Maias, alcançaria o Sol antes do
> ano 2012 resultando nos fenômenos sísmicos aqui na Terra?

NÃO! O texto perdeu a coerência para confundir os crédulos, mas vamos recapitular.

1) Em 1999, apenas ocorreu um eclipse, normalíssimo, sem consequências. Só foi chamado de "eclipse do milênio" por ser perto da virada do ano 2000.

2) Os tais pesquisadores citados observaram manchas solares, como registradas em várias outras épocas. Quem está associando ESTA observação em particular com o eclipse para virar sinal dos tempos são os esquisotéricos.

3) Nada veio "do centro da galáxia". Muito menos em direção direta ao nosso Sol. As estrelas não "entraram em eclipse" em 1999, apenas o sol e a lua, como sempre.

4) A única coisa inexplicável e misteriosa nisso tudo é a coerência das fundamentações pseudo-científicas.

> Podemos se perguntar também sobre a "chama radioativa" que segundo
> os Maias, o Sol emitiria após receber esse "raio". A Igualmente
> enigmática e anômala explosão solar de 20 de janeiro de 2005 que
> deixou perplexos e sem respostas os cientistas pode ser esse
> acontecimento?

NÃO, de novo NÃO.
O texto é tão longo que o leitor já deve ter se esquecido, mas em 2005 foi citada apenas mais uma explosão solar. Nada de enigmática, nada de "sem respostas", nada disso dos tais cientistas estarem de boca aberta confirmando que os deuses maias e astecas tinham razão.


> O eclipse de 11 de agosto de 1999 que antecedeu a forte radiação
> vinda do espaço no dia 15 de setembro de 2005 inaugurou um período
> de cataclismos naturais.

Para tudo de novo. Um eclipse normal. A tal "radiação" foi apenas mais uma explosão solar, que ocorre independente de eclipses, e INCLUSIVE perto de eclipses. O eclipse não tem força gravitacional diferenciada para acarretar cataclismas por aqui, e não houve um começo de fim de mundo após 1999. Terremotos, sempre houve. Já furacões, que também não são novidade, podem estar muito mais influenciados pelo aquecimento global (feito pelo homem e/ou pela terra) do que por enigmáticos raios mitológicos enviados do centro da galáxia.

Aliás, os Maias provavelmente nem sabiam que estavam em uma "galáxia". Estas denominações galáticas atuais são todos frutos de uma nova mitologia urbana esotérica. A maior parte delas, repito, é tão paulistana quanto o Corinthians.

> No dia 7 desse mesmo mês houve um terremoto de 5.9° (escala Richer)
> na Grécia, com 218 mortos. Dia 8, inundações catastróficas na China
> com milhares de mortos. Dia 17, um terremoto de 7,4º na Turquia com
> 15.000 mortos. Dia 20, um terremoto de 7,6º em Taiwan com 2.000
> mortos. Dia 22, uma cadeia de terremotos entre 2º e 5,2º em todo o
> planeta. Um terremoto em Oaxaca (México), seguido de grandes
> incêndios devidos a explosões de gás com mais de 100 mortos e dia
> 10 de outubro as chuvas produziram 300 mortos e 500.000 afetados
> também no México.

Ah, o mundo acabou em 1999, e não notamos...

Que tal então aproveitar esta reportagem da Mundo Estranho, Super Interessante, sobre os piores terremotos do mundo de todos os tempos:
http://mundoestranho.abril.com.br/geografia/pergunta_286972.shtml

Usando a mesma "lógica" alarmista acima, dá para arranjar outros fins do mundo em 1500, 1700, etc, a gosto do freguês.

> Não se trata de uma lista exaustiva de catástrofes, são somente
> alguns fenômenos que aconteceram nos dois meses posteriores ao
> eclipse de agosto.

Aliás, se quer fazer alarmismo, dê uma olhada nesse site, que mostra as centenas de tremores de terra ocorridos no mundo NA ÚLTIMA SEMANA:
http://earthquake.usgs.gov/eqcenter/recenteqsww/Quakes/quakes_all.html

A "novidade" é que TODAS AS SEMANAS de todos os tempos foram cheios deles.

Mas nem precisa disso. Basta assistir a dois meses de noticiário de qualquer época, anotando apenas catástrofes, terremotos, erupções vulcânicas e inundações. Certamente terá muito mais registros para justificar qualquer coisa. Inclusive em 2012. Mas em 1979 também.

> Esses dados também falam sobre o grande aumento dos sismos,
> erupções vulcânicas e meteoros violentos.

Quais foram mesmo os tais "meteoros violentos" que atingiram a Terra naqueles meses? Não lembramos de nenhum. Alguma erupção significativa? Nenhuma também. Mas não precisa haver, basta citar. A intenção não é explicar, é apenas alarmar. Quanto maior o bombardeio de supostas tragédias e sinais, melhor.

> A partir de 1999 se incrementariam as guerras e a destruição. O
> eclipse teve sua sombra sobre o oriente médio mais precisamente
> sobre o Irã, Iraque, Afeganistão, Paquistão e Índia, todas sendo
> áreas de conflitos sérios.

E com qual eclipse os Maias anunciaram as duas grandes guerras bem maiores? E todos os demais conflitos da humanidade em todos os tempos? Quando foi que não houve guerras?

O eclipse de 1999 passou de fato pelo Oriente Médio, mas não só. Também passou pela Grécia, Portugal, etc. Qual a relação entre eclipses e guerras? ALiás, GRANDE PROFECIA essa de prever guerras para o Oriente Médio, não é?
 

> As profecias Maias falam da aparição de um cometa com alta
> probabilidade de impacto com a terra. Curiosamente, também no
> Apocalipse de São João se profetiza a chegada desse cometa
> chamado "Ajenjo" como o sinal do "Final dos Tempos".

As profecias maias são criptográficas, não tem esse gau de precisão. E o Apocalipse não fala de cometa Ajenjo algum. Além do mais, o próprio Apocalipse é OUTRA referência totalmente metafórica. E não dá data de fim de mundo algum para 1999 ou 2012. Este equívoco vem de uma outra interpretação de Nostradamus, que não tem nada a ver com a confecção da Bíblia ou das "profecias" Maia.

> Outra coincidência interessante é que o dia 11 de agosto de 1999,
> não só teve o eclipse total do milênio, mas teve também a formação
> de uma configuração astrológica muito rara: A grande luz cósmica
> formada pelos signos de Touro, Leão, Escorpião e Aquário, pelo Sol,
> pela Lua e três planetas (ANO/ZERO, 102)

LUZ cósmica?
Em 1999, houve uma grande CRUZ astrológica. Não é um fenômeno raro, eu mesmo tenho uma bem parecida em meu mapa natal (Araxá-MG, 3/11/1964, 15:30). Curiosamente, quando nasci foi o COMEÇO de meu mundo, e não o fim.

É bom explicar que os quatro signos citados SEMPRE estão em 90 graus uns com os outros. São os quatro signos FIXOS, ou seja, são os que determinam o mês do MEIO de cada uma das quatro estações. Como o ano tem 12 meses ou signos, e estes citados são de 3 em 3, a cada 3 meses, é Ó-B-V-I-O que linhas unindo uns aos outros formarão uma espécie de cruz.

O que estão querendo dizer é que havia planetas posicionados pelo céu nestes 4 signos, incluindo o sol e a lua. Bem, o sol e a lua giram mais ou menos de forma rápida, assim como alguns outros (marte, vênus, mercúrio). Não é surpreendente que, de vez em quando, dê para se traçar "cruzes" em relação à posição destes astros no céu. Como já disse, eu mesmo nasci sob uma configuração assim. E não sou o anti-cristo, a não ser dos esquisotéricos.

> Esta Cruz também é dita no Apocalipse porque evoca os "quatro
> moradores do Trono"

> O primeiro é descrito como "semelhante a um leão (Leo). O segundo
> semelhante a um touro (Tauro), o terceiro "com semblante humano"
> (Aquário) e o quarto semelhante com uma águia (Escorpio).

AAaahhnn???
Há uma forçadinha boa nisso, mas nem assim isso tem a ver com eclipse ou cruz de 1999 ou 1964 no céu.

O que o Apocalipse cita, assim como outros textos gnósticos e místicos, é a simbologia dos animais da esfinge (touro, leão, águia, anjo), também representados na maioria das cartas do Tarot. Também podem ser visto representados em catedrais católicas. O vitral da entrada do Mosteiro de São Bento, por exemplo, tem imagem destes quatro ANIMAIS (visto de dentro para fora, no horário de missas). É uma simbologia antiquíssima para nossa natureza física (boi), emocional (leão), mental (águia) e espiritual (anjo). Também são usados em alguns sistemas de "linguagem do corpo". Não profetiza eclipse ou fim do mundo algum. Não tem nada a ver com as profecias maias.

> Estamos diante de um simbolismo complexo que encaixa as profecias
> Maias do começo do "Sexto Sol", uma nova era que segundo sua
> predição acabará com o "tempo do medo" e uma humanidade renovada
> pelo cosmo construirá uma civilização superior que a atual.

Bota complexo nisso. Vocês estão TENTANDO complicar bastante. Tenho certeza que encontrarão crédulos com este discurso. Não é motivo de orgulho, já que Edir Macedo e Bispa Sônia conseguem BEM MAIS sem precisar apelar para tal tipo de, digamos, "fundamentação".

> Com toda essa expectativa é inevitável não lembrar a mestres como o
> Sri Aurobindo que junto com sua companheira Madre e seu discípulo
> Satprem promoveram uma transformação fisiológica convencidos de que
> um ser humano superior deve produzir "o despertar" do corpo das
> células até o átomo.

Peraí. PARA TUDO OUTRA VEZ!!!!

Como é que o Sri Aurobindo, filósofo e yogue hindu contemporâneo, escritor equilibradíssimo, foi parar nessa mistureba de calendário maia e fim do mundo?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sri_Aurobindo

???? !!!!! ????

Aurobindo era um poeta e escritor, aquele mesmo do "O ENTRAVE", que volta e meia publicamos aqui. ELe falava de ascenção espiritual SIM, mas o que tem isso a ver com explosões solares e fim do mundo?

> Aurobindo ensinou que aconteceria um "pouso de luz superior nas
> partes mais baixas da natureza" onde favoreceria o acesso do ser
> humano a um nível de consciência mais elevado do que o atual.
> Poderia essa mudança ser ativada ou favorecida por esse grande
> evento cósmico que foi anunciado pelas profecias Maias?

Resposta simples e óbvia: N Ã O !
Não há a menor conexão entre as duas coisas.


> Pode esse salto vibracional do universo, transmitido pelo universo
> ao Sol e do Sol para a Terra estar impulsionando a "grande
> transformação" que segundo os Maias chegará definitivamente ao
> nosso planeta no sábado 23 de dezembro de 2012?

O que tem a citação de Aurobindo a ver com essa crendice?
De onde as premissas vagas (um trecho poético sobre luz e ascenção de nossa natureza) trazem essa conclusão tão detalhada?

> No final desse último Katum, o Céu nos coloca ante uma
> encruzilhada: autodestruição ou transformação.

O "céu"?
Quando foi que "o céu" nos disse isso?

Quem é o porta-voz "dos Céus"?
Algum canalizador neo-maia?

> Encontramos-nos numa espécie de "terra de ninguém". Estamos numa
> fase definitiva onde já não pertencemos a nenhuma era. E
> provavelmente daqui a quatro anos, quando "a porta cósmica" se
> abrir estaremos numa era renovada.

De onde surgiram essas conclusões?
Porque não pertenceriamos a "nenhuma era"?
De onde o fato do calendário Maia não ir além de 2012 permite essa conclusão?
E de onde surgiu agora essa "abertura de porta cósmica" e essa "nova era" renovada?
Da citação de Sri Aurobindo? (rs)

> Em qualquer dos casos nos parece evidente que os acontecimentos
> estão de acordo com as profecias Maias o suficiente para que
> possamos estudá-las seriamente sem prejudicar tudo o que sabemos do
> mundo. A evolução biológica e psicoespiritual respondem a uma
> programação cósmica inteligente? Esta é sem dúvida o grande
> mistério da humanidade.

Me parece evidente que sairam citando uma série de coisas desconexas, além de falácias variadas e alguns equívocos intencionais, para tentar de modo indireto fazer o leitor acreditar que está diante de coisas que, como ele não sabe explicar, ninguém também compreenderá (não é verdade). E que por isso ele deve acreditar em qualquer coisa mística e fatalística que pareça uma explicação.

Nesse aspecto, o texto e os profetas maias são muito parecidos com o quadro relatado por Stephen King no filme O NEVOEIRO (The Myst), recomendadíssimo.

No filme O NEVOEIRO, há uma senhora no supermercado que faz EXATAMENTE o que estes esquisotéricos Maias estão tentando fazer. Naquelas condições, de fato consegue adeptos, convencidíssimos que qualquer explicação é melhor do que nenhuma, e que sob certas condições, o ser humano tensionado e crédulo PRECISA inventar algum sistema de crenças para tentar dar sentido à efemeridade de sua existência diante de um Todo muito maior.

A diferença é que em "The Myst - O Nevoeiro" de fato está ocorrendo alguma coisa lá fora, apesar da explicação apocalíptica da "crente maia" não ser nem um pouco verossímil, a não ser por algumas forçações e coincidências.

 

Já no tal mito Maia, não há nada, a não ser a intenção da capitalizar para seus credos TODA E QUALQUER DESGRAÇA ou sinal que a humanidade registrar, na Terra ou nos céus. Neste sentido, não são muito diferentes do Edir Macedo e demais canais evangélicos da madrugada. Com a diferença de que os evangélicos não complicam nem mistificam tanto, e pelo menos fazem uma série de coisas boas, promovendo alguma melhora para seus crentes. Já no caso dos crentes maias, a única melhora é uma sensação egóica de "eu sei", ou de "vocês ainda vão se arrepender".

> PS.: O pesquisador citado, Maurice Cotterell, é autor da Editora
> Madras com quatro titulos publicados a saber:
> Os Superdeuses, As Profecias de Tutankhamon, Os Segredos das
> Pirâmides e Jesus, Rei Arthur e a Jornada do Graal

Pelo caráter de suas obras e pesquisas, parece que há tempos ele vem capitalizando em cima de qualquer credulidade esotérica. Sujeito esperto. A julgar pelos títulos, os Maias são apenas o modismo... atual.

Digo e repito. Em 2012, será O FIM... do Calendário Maia. E de nada mais.

Lázaro Freire 

Sobrevivente de vários fim-do-mundo, incluindo uma separação judicial. 

 

 

 

(Para uma explicação mais divertida sobre o fim do mundo em 2012, leia uma crônica em: http://www.voadores.com.br/site/geral.php?txt_funcao=colunas&view=4&id=264 )


--
Lázaro Freire
lazarofreire@voadores.com.br


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