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>> Colunistas > Lázaro Freire Espiritualidade e Bioenergias VÉRSUS Psicanálise e Filsoofia Publicado em: 13 de dezembro de 2010, 13:19:38 - Lido 6497 vez(es) > Perguntaram na semana passada em http://formspring.me/LazaroFreire
Dou risada - hoje mais silenciosa e compreensiva - de quem separa essas coisas, ou de colegas meus que acreditam que, por eu ter me tornado (também) filósofo e ou psicanalista, eu de algum modo "deixei de dar atenção" as tais "essas coisas", como se a graduação ou o discernimento transformassem os "antes" espiritualistas em uma espécie de hereges por, como Zaratustra, amar a vida aqui agora e não mais "lá depois". Às vezes nos enxergam como se quem largasse a fantasia tivesse imediatamente desaparecido em uma curva da estrada, como se a vida só pudesse se dar na infância e ilusão, como se a ausência dessas aparências, divisões, crendices (e condenações) que fazem fosse um certo "ateísmo". Lembro imediatamente da saída da adolescência, e penso, compreeensivo, que tudo e todos tem seu tempo. Se eles precisam viver em uma certa fantasia, como já vivi, não posso exigir deles o que não são, e que me vejam do forma diferente. Sem arrogância, compreendo melhor o momento do divino de cada um. Em todo caso, explico que não há a "incompatibilidade" que tentam criar: Psicanálise e Transpessoal tratam de inconsciente, terreno onde ocorre também o fenômeno do "inexplicável". Não é uma negação, ao contrário, dizer "inconsciente" é exatamente sair da discussão das supostas causas e teologias, realizando uma certa "epoché fenomenológica", ou seja, suspendendo temporariamente o juízo para mais ouvir o que as vozes e sonhos tem a dizer do que se perder na discussão do que ou quem as teriam causado. Na minha visão, junguiana, winnicottiana e wilberiana, aproximar-se da psique (alma em latim) de modo algum afasta de uma possível "espiritualidade". Pelo menos não daquilo que constitui sua essência, além de credos e projeções humanas. Ao contrário, talvez esta se expresse melhor com menos fantasias. Quanto à filosofia, cito uma frase neoplatônica por demais verdadeira: "Um pouco de filosofia leva ao ateísmo. Muita filosofia nos reconduz a Deus". Quem já se viu diante da nadificação sem sentido escutou, no silêncio do nada, o tudo de Deus. E este, em geral, se calou. Não sem sorrir sem ninguém perceber. Uma vez tentei explicar isso em palavras, após uma experiência de fusão ao [tod...] "nada", mas evidentemente, não consegui: Tudo fica estranhamente mais simples e natural. Sei que muitos me olham, imaginam, julgam e não se conformam: alguns até me acusam e difamam, não entendo bem o porquê. Alguns escrevem mensagens dizendo como eu deveria ser, outros fazem campanhas para que tenham cuidados comigo. E, curiosamente, nenhum deles acompanha de fato minha vida - sequer a externa, imagine então a interna ou espiritual. Tanto faz, muitos antes passaram por aqui, e nao faz diferença o que eu achava deles antes de entender. Vale o mesmo sobre mim. Está tudo certo, e o vazio está pleno de Deus. Se um de nossos instrumentos se calar, tudo é música ainda assim. Valeu viver até aqui, estou feliz com o que já pude receber, ensinar e perceber. Não sou nada, sei cada vez menos, minhas crenças anteriores apenas me ajudaram a chegar aqui, e ao mesmo tempo tudo faz cada vez mais sentido, em Amor e em Paz. Muitos que foram além de mim deixaram o planeta em silêncio. Aposto que sorriam, também. Láz
-- Lázaro Freire lazarofreire@voadores.com.br
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