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RELATO - Eutanásia espiritual - Decisões sobre vida e morte no astral
Publicado em: 04 de setembro de 2006, 19:36:11  -  Lido 6001 vez(es)



Já "matei" muita gente em atividades assistenciais projetivas. Mas, normalmente, quando chego, a pessoa já está meio morta, com dificuldades em se desligar do duplo etérico. Ou, em outras vezes, chego com o amparador do lado, me mandando aplicar tal tipo de energia em tal lugar, para permitir a saída do vivente (ou "morrente"). E vcs sabem que quando um amparador "fala", com voz de comando, a gente fica se perguntando se existe mesmo livre-arbítrio... Eles tem um jeito de falar quando a gente está incosciente que... primeiro a gente faz, obedece. Para só depois pensar...

Bem, o fato é que na sexta, após uma excelente palestra do Wagner sobre Taoismo e Sexualidade, e um jantar com os amigos aqui da lista (Rosângela, Karen, Medeiros, Senna, Wagner Borges e cia), lá vou eu para fora do corpo. E, como já aconteceu outras vezes, despertei na porta do IPPB.

Havia um monte de gente entrando e saindo, para frequentar para-palestras de nossos amigos hindus desencarnados, ou sair de lá para atividades assistenciais. Não sei porque, fiquei na entrada, e fui abordado por um dos muitos espíritos desequilibrados que ficam na porta no instituto (são comuns também na porta de Centros Espíritas).
Normalmente, me lembro de André Luiz mandando muito cuidado para não entrar em debate com estes tipos mais enlouquecidos, especialmente os astutos... Mas não sei porque, não resisti.

Entrei em conversa e dando atenção para uma mulher aparentemente louca, inconveniente e muito carente. Não entrei para a palestra. Vi a Rosângela Palermo (antiga companheirona de atividades assistenciais na madrugada) entrando, perguntando se eu não ia assistir... Eu não consegui nem responder à RôJi. Fiquei na porta, com a inconsciência aumentada pela presença confusa da mulher louca.

Mas a medida em que fui dando atenção à tal mulher - coisa que ninguém fazia - minha consciência, surpreendentemente, aumentou. E a lucidez dela também. Após uma longa conversa, ela já com argumentos razoáveis, me chamou para acompanhá-la. Fiquei feliz por ter sido o único a dar atenção a tal mulher, e ver a melhora que isto havia causado.

Fui levado por ela a um leito onde um senhor, aparentemente parente dela, estava doente. Meio que saído do corpo, meio que voltando. Eu diria que ele estava em estado alterado de consciência, em função de seus (graves) problemas físicos. O leito no estilo hospitalar - mesmo sendo uma casa de família relativamente humilde - e traços que indicavam a presença constante de uma enfermeira doméstica (não presente no momento) me revelava que a doença do mesmo já vinha há muito tempo.

Devido ao estado alterado dele, pude conversar bastante com o mesmo, emanando energias, palavras de amor e carinho, etc. Dando a ele também uma atenção que parece que há muito não tinha, conversando "de homem pra homem", e ao mesmo tempo, de forma espiritual. Talvez ele se lembrasse disso ao acordar como projeção, talvez não...
Talvez imagens oníricas de seu "cochilo". Mas o carinho ele capturaria. Ok.

Resumindo detalhes, após cerca de meia hora na presença dele e da tal ex-louca, já tendo a confiança deles, senti que precisaria dar passes mais "pesados" mesmo no sujeito. Não só energias sutis, mas manipulação de cura, mesmo, com técnicas de cura e ectoplasma.

Comecei, mas... à medida em que eu manipulava energia nele e em seus chakras, o cara PIORAVA, e muito. Entrava em confusão, desalinhamento, de uma forma que nunca vi. Me olhava assustado, perdia a consciência... Quanto mais certo eu fazia, pior era o efeito, contrariando a toda lógica. E quanto mais eu consertava, pior o estado dos chakras.

Vi nitidamente pela para-clarividência que os chakras e para-chakras dele se recusavam a girar e reagiam negativamente a qualquer concentração de energia. Ao me concentrar e fazer mais bem feito, parecia que algo no seu duplo se desintegrava, deteriorava! Como se o mecanismo elétrico do corpo não conseguisse mais comportar aquela energia que faria bem a qualquer um em um passe normal.

Intuitivamente, em fração de segundos, compreendi que eu não estava ali para fazê-lo viver. E que era hora do mesmo partir.

Olhei para o lado, procurando algum de amparador. Onde eles se metem nestas horas???? E, sozinho (aparentemente), em meu juizo e decisão, comecei a emanar energia para descolá-lo do corpo físico. Partindo do chakra básico, até deteriorar, trazer a shakti (energia telúrica despertada na marra) para o sexual, deixando o muladhara do cara completamente estragado, deteriorado, e jogando toda a energia deste para o chakra seguinte. Implodindo o segundo chakra com energia, e trazendo esta somatória dos dois primeiros para o terceiro, e assim sucessivamente, ferrando o duplo inteiro do cara, e sentindo uma energia cada vez mais insuportavelmente QUENTE se acumulando, à medida em que eu me dirigia ao coronário.

Ao atingir o cardíaco, o cara "acordou" em consciência, no corpo ou fora do corpo me viu claramente, e sacou que eu estava ali para o matar, e não para o "ajudar" a se curar. Putz, foi só um olhar meio que de surpresa que ele me deu, mas me senti como se eu estivesse vestido de negro com uma foice preta na mão (risos). Me vi como se eu fosse a Dona Morte da história do Penadinho (risos).

Ainda bem que, logo após ele sacar o que eu fazia, ele me disse, já parcialmente fora do corpo:

"É, até que morrer, visto do lado de cá, não é tão ruim quando parece para quem está do lado de lá (no físico)"

E me abraçou. Forte. Fiquei frio, sem emotividade, sem me envolver, e continuei fazendo
meu trabalho, firme. Aguentando um calor insuportável da shakti, após chegar ao laríngeo. No frontal, nem sei como aguentei trabalhar. Pegava fogo. Ejetei o cara pelo coronário. E neste momento, desligado do duplo, caimos eu e ele, extenuados, no tal leito.

O corpo dele estava sentado durante o meu "passe", e é claro que o físico também despencou na cama, chamando a atenção da família. E como o cara, não sei se em espírito, corpo ou sei lá o quê, estava abraçado fortemente em mim no final, jogando em um abraço tenso toda a dor e medo, como quem se aperta na cadeira do dentista, me vi
envolvido, e senti o peso do corpo (astral? físico? duplo?) do cara caindo sobre mim, e fiquei ali abraçando aquele senhor, sem outra alternativa - eu estava exausto, assim como ele, com consciência ficando mais turva.

E eis que entra a mulher dele, o vira (no físico), mede pulso, e faz aquele berreiro habitual. Chama filhos, família, vem com aquela gosma emocional de "e agora, como vou viver sem ele", etc... Putz, me senti muito mal... Com uma ponta de culpa.

Ok, ok, não é a primeira vez que faço isso, mas sempre tem um amparador do lado. Já teve uma vez, no físico, em que uma velhinha que frequentava o centro onde eu dava passes sempre queria tomar passes comigo, e só comigo... E o mentor sempre me pedia para "matar a velha", e não para curá-la... E asssim, a cada passe que ela tomava achando que estava sendo curada, ela estava na verdade era ficando mais desligada do corpo - até o dia em que nunca mais pode vir ao centro, a não ser em espírito.

Mas é diferente... O mentor estava pedindo, a gente ia vendo o resultado. Ou então, em outras vezes fora do corpo, eu chegava com um sujeito já baleado, ou morrendo, eu já sabia que o cara estava ali para morrer, e eu estava ali para separar o duplo... Papéis definidos. Mesmo quando nao tem amparador, isto ficava claro.

Mas parece que me jogaram em uma aula da série seguinte... E foi esquisito. NUnca houve isto de eu estar querendo CURAR e depois mudar para MATAR. E ainda por cima com o amparador sumindo, deixando a compreensão, diagnóstico, decisão e atitude inteiramente nas minhas mãos. E o pior, a reação emocional da família ali do lado, e eu sabendo que fui eu quem "fez" o momento...

Claro que sei que a senhora louca, parente dele, queria isso, e foi para isso que me chamou, com um respeito por mim maior do que eu mereço. Mas EU não sabia. Sei que fiz o que era certo, mas a emoção daquela família ao ver o pai e marido morto no leito, e o abraço agarrado e tenso dele ainda estão presentes...

Fiquei meio esquisito sim... E aí fui ficando inconsciente, com imagens oníricas... Fui saindo do estado de projeção super-consciente e voltando apenas para sonho-lúcido.

Não sei se pra me consolar, por defesa mental, ou se por cineminha projetado pelo amparador, o fato é que depois, vi o cara como se ele estivesse saudável, fora do corpo, em presença de vários amigos e familiares, afirmando por A+B que estava vivo.
Eu estranhei... Afinal, como eu estava onírico, não entendi. Fui falar com ele que eu havia acabado de matá-lo.. E ele disse que não, que estava vivo.. Me tratou como se eu fosse um maluco... E foi falar com a esposa para provar, virou pra ela e disse "Olha, Neusa, eu estou vivo"... Etc e tal, ficando inconsciente, fomos indo, eu e ele, para o IPPB. O Vi na porta, onde fica aquele monte de amparador, espírito de segurança, assediador e gente necessitada na entrada... O vi em um grupo... Mas eu já estava ficando inconsciente... O vi saindo da porta do IPPB, pela rua, junto com um grupo, sempre afirmando que estava vivo.

Na hora fiquei confuso o suficiente para duvidar da projeção anterior... Mas quando acordei ficou bem claro que aquele final onírico foi para eu sair da emotividade do momento anterior.
E me lembrei pela manhã que a mulher dele (encarnada), em momento algum respondeu a ele, quando ele dizia para ela que estava vivo... E que na porta do IPPB tem muitos espíritos, e fora do corpo, não foi com encarnados que ele saiu de lá.
Ou seja, era apenas mais alguém que, depois da experiência da morte, ao ver seu corpo espiritual inteiro do lado de lá (a saída foi modéstia a parte muito bem feita - risos), fica se imaginando vivo, na carne, e precisa de alguém explicar...
E que o fato de o levar (ou melhor, sermos levados) até o IPPB só confirma mais ainda que era tarefa assistencial, que fui recrutado ali, e trouxe depois o para-presunto para ser encaminhado pelo monte de mentores que se junta ali à noite para sairmos em atividades de auxílio...

Mas claro, durante todo o sábado, mesmo sabendo que pela cosmo-ética é correto matar nestas condições, enquanto uma eutanásia física não seria pela ética; mesmo tendo consciência de que amparadores deviam estar por ali, e que a missão era prevista, e que eu só não os via pois queriam deixar nas minhas mãos, para aprendizado e consciência, provinha mais avançada... Um pouco da emotividade, não minha, mas do cara e da família, permaneceu agarrada no meu cardíaco e umbilical. Esquisito.

Eu gostaria de saber dos amigos projetores assistencialistas da lista sobre suas experiências de para-eutanásia. Matar gente fora do corpo eu sei que muitos daqui já mataram... Retirar do duplo, mais ainda. Mas nestas condições, de querer curar e precisar decidir por si só que é momento de matar, e viver a responsabilidade de tirar o cara semi-lúcido, e acompanhar a reação emocional familiar (por mais tempo do que eu gostaria, pois fiquei exausto e ligado ao cara por um tempo)... E sem amparador do lado pra nos pegar no colinho e dizer o que fazer...
Alguém já passou?
Gostaria de saber como diagnosticaram que era hora de matar o cara...
Trocar figurinhas...
Saber sobre as sensações e diagnósticos no chakra do "morrente".
Compreender o momento em que decidiram tirar a vida física do sujeito, e como reagiram emocionalmente ao fato. Saber de como se sentiram no papel de "Dona Morte", anunciando a hora do sujeito e o puxando "pela mão".

Contei para meu filho, também projetor, e ele brincando me chamou de "assassino" (rs).
Não tenho culpa alguma, nada como um projetor escorpiano de casa 8 para estas tarefas, é claro, mas este debate de ética x cosmo-ética, e sensações sobre o momento de inverter a ética terrena para valores de cosmo-ética, mesmo quando contrários, me interessa.

OBS: Conversando com o Wagner Borges nos dias seguintes, ele sabia da projeção, era conivente com o "teste" dos amparadores, e me assegurou que os amparadores estavam SIM do lado o tempo todo, mas ficaram propositalmente invisíveis para me aplicar a "prova", para que eu não soubesse que de qualquer modo era o momento sim de desencarne daquele senhor, e vissem minha reação e atitude.


--
Lázaro Freire
lazarofreire@voadores.com.br


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